Quem nunca saiu de um filme, ao menos uma vez, sem se apaixonar pela atriz ou pelo galã? Quem conseguiu evitar as gargalhadas diante das estrepulias cômicas ou de surpreendentes e hilários diálogos? Quem segurou o choro de frustração ou de alegria, quem não se indignou? O mais crítico dos críticos talvez consiga ficar alheio, o ofício exige, duvidamos, porém.
Boas histórias engatam façanhas espetaculares, revertem os humores, acionam lembranças e encantam o cotidiano. As imagens do cinema atraem mais ainda, se a trama for astuta, algumas das mais famosas são road movies.
Herdeiros das narrativas clássicas, road movies propõem a busca de um sentido, às vezes bem embaixo do nariz de quem parte. Joseph Campbell, em O Herói de Mil Faces (espie-o na URL do livro), mostra que praticamente todas as narrativas utilizam o tal "chamado da aventura". Os filmes que estamos lembrando assim propõem.
No road movie "Little Miss Sunshine", os personagens de uma família vêem que, embora sob a ruína individual, precisam preservar a esperança, a fantasia, enfim o desejo pela conquista. No filme "Priscila, a Rainha do Deserto", três surpreendentes artistas Drag Queens rumam pelas estradas , sob o olhar de estranhamento de pequenos vilarejos e cidades, para realizarem um show nos confins do deserto australiano, no trajeto, sonhos, frustrações, a paixão, tudo aflora.
Nem todos os road movies, porém, personalizam a nobreza da alma, alguns revelam absurdos (a jornada é implacável, como a vida, em alguns emerge o que há de admirável, em outros, o mais vil dos humanos). Entram neste lado negro dos "road", motoristas assassinos, sequestradores, pilotos inescrupulosos, mafiosos, policiais corruptos, um elenco de personagens quase interminável (mínimo, se comparado com a realidade): Uma rajada de balas (Bonnie and Clyde), Assassinos por natureza (Natural born killers), o Bonnie Clyde atualizado, Encurralado (Duel), Mad Max, entre outros, servem como exemplo, claro que o mal nunca emerge dos heróis, provém do mundo exterior.
O adorador de filmes do tipo (não é um gênero, bem que poderia) pode se deleitar nas variáveis, nem sempre com automóveis, motos, ônibus ou caminhões, nem sempre terrenas; muitas são as propostas de retorno ou avanço no tempo ou até mesmo no imaginário. Evidente, uma postagem não suporta a extensa listagem que também tem filmes brasileiros, como o Bye Bye Brasil, Terra Estrangeira, Cinema, aspirina e urubus, No Caminho das Nuvens, entre muitos. Lembra-se ou indignou-se por esquecermos de algum? Envie um comentário.
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