As rodas ainda dominam o mundo do século XXI, a questão não é mais essa, é sim a alternativa para o combustível, impensável nos argumentos futuristas, com raras exceções (os combustíveis fósseis pareciam inesgotáveis e a poluição imperceptível).
A verdade é que combustíveis fósseis estão com os dias contados e as alternativas ainda inviáveis, talvez por interesses escusos. O que se mostra, mais e mais evidente, são as opções híbridas, que correspondem a uma transição mercadológica adequada à dependência da indústria automotiva. A bancarrota no setor significaria um caos incontrolável para a área financeira e todo o modelo societário. Sem combustíveis e veículos, de que modo ocorreriam as transações internacionais?
É impossível uma civilização como a nossa sem autoveículos. Até mesmo o computador depende da sociedade automotiva, da entrega de peças para a montagem até o exato momento em que acessamos este blog. Afinal de contas, toda a cadeia produtiva de energia elétrica é dependente do transporte de pessoas e de equipamentos. Um, sem o outro, "sem chance".
Na ausência de combustíveis, ficaríamos sem comunicação, estudos, trabalho, higiene, alimentos e roupas, um retorno quase que ao início do século vinte. Muitos perderiam a vida, o sistema de saúde, com seus avançados equipamentos, medicamentos, produtos de higiene e energia alternativa, logo se esgotaria. Os especialistas em alternativas (raros, mas existem) somente responderiam aos chamados em um prazo bem mais esticado (já que os deslocamentos seriam poucos e mais lentos).
Sim, este exercício tem o tom de filmes de desastre, mas também serve como reflexão a respeito da dependência que temos em um modelo civilizatório. A escassez dos combustíveis é gradual e não se prevê rupturas bruscas no fornecimento, salvo desastres. O estudo de alternativas dá sinais claros de que um dia isto acontecerá. Que elas sejam incorporadas o mais rapidamente, uma vez que o esgotamento não é apenas o delírio de um escritor de ficção científica.
Nilo Dias Cabral
Jornalista
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